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Fim da USAID: Um Alivio Para os Países Castigados Pelo Imperialismo Ianque

  • Foto do escritor: Imperador Luiz Felipe
    Imperador Luiz Felipe
  • 1 de mar.
  • 8 min de leitura


O governo de Donald Trump acaba de dar um golpe decisivo num dos principais pilares que sustentam a política de guerra híbrida e provocam desestabilização nas nações ao redor do mundo. Na semana passada, o magnata Elon Musk, que comanda o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), anunciou uma série de medidas que praticamente desmantelam a agência governamental, que começaram com o fim do site oficial da Usaid, depois com o fechamento de todas as instalações da agência em Washington e, por último, a colocação de todos os funcionários em licença administrativa.


A PROLIFERAÇÃO DA PRAGA DISFARÇADA DE FILANTROPIA PELO GLOBO:



A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) foi criada em 1961 durante a administração Kennedy, e apesar de oficialmente ser descrita como uma organização que visava unicamente fornecer ajuda humanitária e combater as mazelas sociais no exterior, sempre foi evidente que o seu real propósito era atuar na desestabilização social em nome dos interesses da política externa nacional, disfarçando suas atividades escusas de ajuda humanitária. A própria USAID chegou a afirmar ipsis litteris que "a assistência externa dos EUA sempre teve o duplo propósito de promover os interesses da política externa dos EUA na expansão da democracia e dos mercados livres, ao mesmo tempo que melhorava as vidas dos cidadãos do mundo em desenvolvimento". Houve muitas acusações ao longo dos anos de que os processos de licitação de ajuda estrangeira eram influenciados pelos interesses políticos e financeiros da administração presidencial que estivesse vigente. Durante a administração Bush, por exemplo, descobriu-se que todos os cinco contratos de licitação para um contrato de reconstrução no Iraque, num custo de US$ 600 milhões, desfrutavam de fortes laços com o governo. Outro exemplo que ilustra a falácia do humanitarismo da organização em ajudar os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento foi quando grupos de vigilância não governamentais notaram que aproximadamente 40% da ajuda ao Afeganistão voltou para os próprios países doadores através da adjudicação de contratos a custos inflacionados. Sempre foi evidente que o real propósito da USAID era promover a subversão, enquanto montava uma fachada de que estava gerenciando operações de caridade. Segundo o autor William Blum, nas décadas de 1960 e 1970, a USAID manteve "uma estreita relação de trabalho com a CIA, e os agentes da Agência operavam frequentemente no estrangeiro sob a cobertura da USAID". Um dos gabinetes da agência servia como fachada para a formação de agentes especializados em métodos de contrainsurgência, o que incluía a realização de técnicas de tortura. De acordo com Benjamin Dangl, a administração de George W. Bush estava usando a organização para corroer o governo de Evo Morales na Bolívia; a estratégia era "minar o governo Morales e cooptar os movimentos sociais dinâmicos do país - tal como tentou-se fazer recentemente na Venezuela e tradicionalmente em toda a América Latina". Entre 2010 e 2012, ela operou em Cuba na forma do ZunZuneo, uma plataforma online semelhante ao Twitter, visando instigar revoltas populares contra o regime cubano, tendo ocultado seu envolvimento para garantir o sucesso do plano; o resultado foi que 40.000 cubanos desavisados usaram a plataforma. A tática de chantagem é outra estratégia comumente usada pelos agentes da USAID, visando obter ações desejadas de outros países. Um caso que comprova isso foi quando o embaixador iemenita nas Nações Unidas, Abdullah Saleh al-Ashtal, votou contra a resolução de força dos Estados Unidos contra o Iraque de Saddam Hussein durante a Guerra do Golfo, em 1990, com o embaixador norte-americano na ONU, Thomas Pickering, ameaçando o representante do Iêmen de que "esse foi o voto não mais caro que você já deu"; como resultado, as operações da USAID cessaram imediatamente no país. A partir do final dos anos 90, começaram a surgir críticas de que a entidade estava envolvida no Peru em campanhas de esterilização forçada, motivando críticas de grupos conservadores nos Estados Unidos e uma investigação detalhada por parte da ONG Population Research Institute (PRI). A presença da USAID é clara em qualquer país que tenha sofrido distúrbios sociais, haja vista que a entidade é notória por influenciar ONGs e outros organismos sociais que atuam como uma espécie de governo paralelo interferindo nos assuntos internos das outras nações, o que acaba efetivamente estimulando revoluções coloridas e guerras híbridas, fomentando, no fim, o caos e a desordem; tudo em nome exclusivamente dos interesses da política externa norte-americana. Isso fica claro em eventos como a Primavera Árabe de 2011 no mundo árabe e a Euromaidan na Ucrânia em 2013 e 2014; todos se configurando como revoluções coloridas e guerras híbridas fomentadas sutilmente para corroer governos eleitos que Washington enxerga como contrários aos seus interesses. Podemos pegar a situação da Ucrânia para demonstrar o nível de intervencionismo estadunidense na sociedade, pois quando Donald Trump suspendeu por 90 dias todas as atividades da entidade, a mídia dos EUA logo tratou de noticiar que os meios de comunicação ucranianos estavam lutando para funcionar sem o dinheiro da Casa Branca, sendo que 90% dos veículos informativos são financiados ativamente pelo governo americano; o que indica muito bem que praticamente não há mídia independente no país, apenas agências de notícias falsas dispostas a seguir à risca as diretrizes de Washington.


PRESENÇA INFECCIOSA EM NOSSAS TERRAS:


No Brasil, a atuação da agência americana sempre foi presente e intensa. É interessante ver a esquerda criticando as medidas de Trump que estão levando ao seu fim, sendo que durante o Regime Militar, que os esquerdistas tanto vilanizam, ela atuou fortemente aqui no país. Durante esse período, foram firmados os acordos MEC-USAID, responsáveis por tornar o sistema educacional brasileiro mais próximo dos Estados Unidos. Para além disso, também houve uma atuação na segurança pública nacional, com a agência treinando policiais que agiam na repressão política do Brasil entre 1960 e 1972. Atualmente, diversos foram os esforços para intensificar o processo de interferência estadunidense em solo brasileiro, sobretudo durante a época das eleições. No ano de 2021, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) participou de eventos em parceria com a USAID com o fito declarado de combater e enfrentar "desinformação" e "notícias falsas". Ambos criaram um documento chamado "Guia de Combate à Desinformação", que estava destinado a ser aplicado em diversos outros países. Um dos eventos que aconteceu online teve a participação do ministro Luís Roberto Barroso e foi um encontro virtual denominado "Eleições e a Transformação Digital", sendo o acontecimento intermediado por meio do Consórcio para Eleições e Fortalecimento do Processo Político (CEPPS), um acordo cooperativo supervisionado pela Usaid. Outro documento foi elaborado em 2021, com um dos tópicos sendo "Comunicação Estratégica e Educação Eleitoral para Mitigar Ameaças de Desinformação", sob a justificativa de "evitar a disseminação de notícias falsas no período eleitoral", sendo um acordo cooperativo supervisionado pela agência americana, incluindo outras instituições como o Instituto Republicano Internacional (IRI), a Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (Ifes) e o Instituto Nacional Democrático para Assuntos Internacionais. Em outra publicação oficial do TSE, em dezembro de 2021, o tribunal informou que a Corte tinha participado de outro evento internacional com a Usaid sobre "Eleições e a Transformação Digital", tendo acontecido remotamente e contado com a presença do ministro Barroso; esse evento foi promovido pelo CEPPS e pela própria USAID. Os esforços do governo americano em intervir no Brasil para fazer com que o Bolsonaro perdesse as eleições e o Lula ganhasse são mais do que claros. Segundo o ex-chefe de informática do Departamento de Estado dos EUA no primeiro governo do presidente Trump, Michael Benz, no programa The War Room de Steve Bannon, ex-estrategista de campanha de Trump, sem a existência da USAID, "Bolsonaro ainda seria presidente", uma vez que a organização financiou iniciativas ligadas ao monitoramento de informações e restrição de conteúdos favoráveis ao ex-presidente. A agência tem ligações com organizações não governamentais que difundem agendas de cunho ambientalista, pró-aborto, defesa dos direitos LGBT+ e plataformas digitais de esquerda apoiadoras de todas essas pautas. Diversas ONGs esquerdistas que atuam aqui na difusão de ideologias que corroem o nosso tecido social e que minam profundamente o nosso desenvolvimento e a nossa soberania são financiadas pela organização americana, das quais se destacam o Amazon Biodiversity Fund e a Alliance Bioversity&CIAT. Outras instituições não governamentais que receberam uma vultosa quantidade de financiamento foram o Centro Internacional de Jornalistas (ICFJ), que, junto com o YouTube Brasil, foi responsável por premiar nove iniciativas de mídia com cerca de R$ 79,3 mil. Dentre os ganhadores dessa iniciativa estava a parceria entre o veículo progressista Alma Preta, especializado na temática étnico-racial do Brasil, o que se configura na prática como uma tentativa de divisionismo racial da sociedade brasileira, e o movimento de militantes virtuais Sleeping Giants, famoso por promover ataques e boicotes a empresas que não promovam pautas progressistas. Dentre as muitas agendas progressistas bancadas pela Usaid no Brasil, está o ambientalismo, com a entidade anunciando em 2024 um repasse de R$ 102,7 milhões para organizações nacionais envolvidas em um projeto de "conservação ambiental da Amazônia". Dentre as ONGs envolvidas no projeto estavam o Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN), o Instituto Ouro Verde (IOV) e o Instituto Socioambiental (ISA). Ademais, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) recebeu mais de R$ 23 milhões para financiar ações de apoio a comunidades indígenas na bacia do Rio Tapajós. Um documento formulado pela Agência Brasileira de Informação (Abin) em 2012 comprova a extensão do apoio americano às ONGs que agiam em território nacional e as preocupações que elas já causavam na época: "No que diz respeito ao estado do Amazonas, a atuação de ONGs nacionais que recebem financiamento da USAID, norteada por objetivos da política externa do governo dos EUA, configura influência externa em assuntos nacionais." O documento segue dizendo que as organizações estariam manipulando as populações locais com o fim de impedir obras de infraestrutura importantes para a região: "Tais ONGs buscam influenciar organizações indígenas e povos tradicionais no sentido contrário à construção de obras de infraestrutura projetadas pelo governo brasileiro para a região." Essa é uma estratégia conhecida das ONGs ambientalistas de se dizerem defensoras da preservação do meio ambiente e das comunidades indígenas, paralelamente em que alienam aquelas populações para que continuem à parte da civilização e se tornem um enclave que impossibilita projetos de desenvolvimento da infraestrutura regional. Os resultados não poderiam ser mais catastróficos para os estados do Norte do país. O estado de Roraima, o estado mais setentrional do país, não é ligado com a rede de distribuição de energia elétrica nacional, uma vez que não há torres de transmissão que possam transmitir eletricidade para o estado justamente por conta da atuação das ONGs, acabando por ser dependente de termelétricas locais e da distribuição do sistema de rede elétrica da Venezuela. Voltando ao relatório feito pela Abin em 2012, seis ONGs diferentes são citadas como financiadas pela USAID, sendo elas: Kanindé - Associação de Defesa Etnoambiental; Instituto Internacional de Educação no Brasil (IEB); Equipe de Conservação da Amazônia; Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon); Instituto Floresta Tropical e Instituto de Pesquisas Ecológicas. No total, o valor investido pela agência no financiamento de ONGs aqui no Brasil chega até agora aos R$ 267 milhões segundo dados divulgados pelo governo americano, com um levantamento feito pelo jornal Gazeta do Povo estimando que 25 entidades teriam recebido auxílio do governo americano. Com tudo o que vimos até aqui, enxergamos o quão perniciosa é a USAID para os outros países e até mesmo para o próprio povo americano, que vê bilhões de seus impostos sendo gastos em atividades inúteis mundo afora para atender interesses que em nada são compatíveis com os seus desígnios.


EPÍLOGO E MORAL DA HISTÓRIA:


As bestas ignorantes que choram pelo seu fim acreditam piamente na propaganda filantrópica que é difundida sobre a agência e desconhecem totalmente as suas reais intenções. Podemos chorar sim, mas de alegria, já que o fim dessa entidade infecta representa uma redução considerável do intervencionismo americano no exterior! De ajuda americana todos nós já temos até demais, e essa "ajuda" não nos auxilia positivamente em nada! A melhor ajuda de fato que os Estados Unidos podem dar ao mundo é simplesmente deixar os outros países em paz, para que eles mesmos resolvam os seus próprios problemas sozinhos sem precisar de nenhum tipo de interferência de fora. Como dizia Simon Bolívar: "A América deve ser livre, sem a dominação das potências estrangeiras. A independência é o único caminho para a nossa felicidade." Sem independência, não podemos resolver nossas agruras, tendo em vista que nenhuma outra nação estará genuinamente disposta a nos ajudar; se quisermos combater nossas mazelas, temos que acima de tudo extirpar todo tipo de influência externa presente aqui, para que, assim, sejamos livres para impor soluções ao que nos incomoda!

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